“Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”. (Martinho Lutero)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pau que dá em Chico também dá em Genizah

[vale cada linha, não deixe de ler!]

Com quase dois anos de Genizah e prestes a completar um ano de Almanaque Genizah alguns podem imaginar a quantidade de ódio que estas publicações atraem. 

Todos os dias, recebemos dezenas de comentários maliciosos, alguns malignos mesmo.

De quando em vez, alguns “crentes” mais empedernidos lançam maldições sobre a nossa vida, tão venenosas, de deixar um exorcista assustado. Pastores, alguns destes amaldiçoadores.

Com as maldições eu não me abalo. Todas as noites recebo a confirmação de que faço o que tem de ser feito e quem se incomoda é porque sabe que o resultado final das coisas é livrar os inocentes da opressão de falsos mestres e falsos profetas.

Ademais, gente que lança maldição não é crente.  Não bastasse ser inimigo da Cruz, onde  foi consumida  toda maldição, ainda desafia TODOS os mandamentos de Quem pagou por nossas maldições no calvário. Pobre de quem lança uma maldição.

E não fosse o bastante, O Senhor transborda meu cálice. Contamos com o apoio e a oração de muitos irmãos. Nossa audiência é crescente, recebemos 7x mais  manifestações solidárias e seguimos na dependência do Senhor.

Eu faço parte do grupo de irmãos que começou este movimento na internet clamando por reforma. E já estava até a pensar que as águas tranquilas haviam chegado, já que tantos, que sempre nos  fizeram oposição,  já nos convidam a partir o pão... 

Contudo, apesar da provisão, a paulada diária doi e o preço é alto e, nestes últimos dias, tomei um golpe que não esperava. A fúria foi tamanha, a negatividade vinda da caixa de e-mail tão terrível que penso em desistir de tudo. 

Não estava preparado para isto. Nunca imaginei que expor as heresias do espiritismo e a verdade sobre o seu maior líder iria atrair tamanho ódio.

Pior: A maioria dos que defendem o “santo” Xavier é formada por “crentes”. São “crentes” admirando as virtudes da caridade, do desprendimento, da humildade, do serviço dedicado ao próximo. E dizem: São coisas que todo o imitador de Cristo deveria buscar. 


A aparente superioridade do proceder do Chico é amplificada pela óbvia malignidade e ganância dos líderes evangélicos em maior evidência na mídia. Como alguém perdido consegue “SER” mais imitador de Cristo no que diz respeito ao outro, do que nós que fomos escolhidos para tal?

Por favor, me poupem da resposta. A pergunta é retórica.


Nossa fraude ética e moral depoem contra nossa herança espiritual. Não agimos como supostamente deveríamos agir. E, pior, estamos dando um golpe na praça: vendemos um evangelho falso e, quando proclamamos  o verdadeiro, nós mesmos não o vivemos.


A parte
o comportamento desprezível dos telepastores, dos candidatos a telespastores, das seitas neopentecostais, dos políticos evangélicos que oram pela propina...


A parte todos estes que na primeira oportunidade de comparação sempre irão nos envergonhar, mesmo se formos alinhados aos políticos e a escória da bandidagem...

Pilantras que estão na TV vilipendiando o evangelho por dinheiro,
com o nosso dinheiro. Safados que até aqui tem sido adulados por uma  liderança evangélica condescendente por conta de um misto de sectarismo, interesses políticos ou hipocrisia financiada... Ou não? 

A parte
os telepastores que amealham o dinheiro de gente boa que acha que está financiando missões, mas na verdade contribuem para a montagem de uma polishop gospel, com direito a call center, logística e até shows de promoção. Cinco minutos de Jesus na TV para cada duas horas de business vitorioso. Quem ofertou fica seu sócio meerrmão?



A parte toda esta gente ruim... 

Se formos minimamente gratos pelo nosso resgate, então haveremos de semear o bem nesta terra... 

Somos comprados, remidos pelo sangue de Jesus. Fomos salvos imerecidamente e destinados à boa Obra

Se praticamos o cristianismo servindo a Deus e amando o outro. 

Se somos escolhidos para ser em tudo irretocáveis. Sal da terra. Filhos da misericórdia. Luz do mundo. Servos da abundante Graça...  

Porque será que o mundo não nos vê assim? 



Por que será que nem mesmo nós mesmos nos vemos assim? 

(A) Porque neste mundo seremos incompreendidos. 

(B) Porque neste mundo seremos arrogantes.

(C) Porque neste mundo seremos hipócritas.

(D) Porque o nosso orgulho de sermos os escolhidos não nos deixa ver o propósito da escolha. 

(E) Porque não estamos dispostos a pagar o preço de imitar a Cristo e não deixamos ninguém tentar, pois detemos os direitos exclusivos da marca DEUS. 


Eu sei a minha. Qual é a sua desculpa?



Em Atos 8:26-40 temos aquela passagem que faz parte da aula inaugural de toda a cadeira de hermenêutica desde o primeiro seminário: O batismo do eunuco por São Felipe.

Felipe era um santo 2.0, tanto que o Espirito Santo o arrebatava de cá para lá, feito personagem de série de TV. 

Um belo dia, São Felipe recebeu de um anjo mais uma missão teletransportada. Tratava-se de um jump até a estrada de Jerusalém a Gaza. Um trecho deserto, tão perigoso naquela época quanto é nos dias de hoje. 

Felipe parte. Ao chegar, o Espirito Santo diz para ele dar um bizu onde um eunuco todo arrumado, o ministro do tesouro da rainha Candace da Etiópia lia um livro. E como a maioria das pessoas naquele tempo lia em voz alta,  São Felipe logo sacou  que se tratava do livro do profeta Isaias, o que levou à pergunta de um milhão de dólares:  em  uma carruagem

- Entendes o que lês? 



Eunucos são homens que foram castrados com o propósito de zelar pela segurança dos bens dos reis, sem que possam abusar desta confiança, pegando as mulheres de seus senhores. Bem educados, com muitas facilidades e boa vida. Eunucos à serviço da nobreza estavam no ápice da pirâmide social trabalhadora das civilizações escravistas do mundo antigo, ou algo assim vai, risos. Eram escravos, mas tinham uma qualidade de vida excelente e muito tempo para estudar, passear e ver o Big Brother, risos.

Naquele tempo, muitos pais (escravos, pobres ou simplesmente ambiciosos) entregavam seus filhos mais fortes aos monarcas esperando pela honra de servi-los, mesmo desta forma. Seus filhos teriam a melhor educação da antiguidade, própria para servir a nobreza, viveriam no palácio, desfrutariam de conforto e segurança e poderiam alcançar cargos que de outra forma jamais seria possível. Vai dai,  muitos achavam que este negócio de sexo era uma bobagem valorizada demais da conta e o melhor era se livrar dos penduricalhos, risos, do que se matar tentando  o  concorrido vestibular da Universidade de Corinto, risos. 
Nos dias de hoje não é necessário perder los huevos para estudar, mas rala-se muito o pacote para pagar as mensalidades da facul, rs.

Concorda que a pergunta de Felipe fica ainda mais enigmática quando se sabe disto tudo? Afinal, muito provavelmente, o tal eunuco tinha uma educação formal muito melhor do que a dele próprio. E veio a resposta: 

- Como vou entender se ninguém me explicar?


Quem esperava por esta? Só mesmo o Espirito de Deus que colocou a pergunta na boca de Felipe.  Estava ali um homem escolhido por Deus. Regenerado, buscando Deus naquele livro. Um projeto do Espirito Santo levou Felipe até ali para o resgate de um homem que tinha tudo, exceto a sua funcionalidade sexual natural e a sua salvação. E era o evangelista perfeito para a Africa!

São Felipe explicou, revelou o Cristo no versículo que ele lia, a mente compreendeu, o Espírito testificou e logo estavam buscando água para o batismo. O homem estava pronto para levar o Evangelho para a Etiópia e Felipe foi arrebatado para a próxima missão.


Nos dias de hoje já não se explica muito ou nada da Palavra. Nem mesmo um discipulado tipo “the flash” como vimos acima. Quando aparece alguém para explicar, a chave do entendimento é o interesse de “uma teologia”, não Cristo. A Bíblia é substituida por apostilas, sai a verdade no original e entra a mentira fotocopiada e encadernada com o selo comunidade.

Por consequência, nossos crentes, diante do mundo, são incapazes de apresentar-se como representantes de ética e valores superiores. São preconceituosos no seu sectarismo. 

Hipócritas no seu discurso. São tudo aquilo que Jesus viu nos religiosos do seu tempo e pior: Em podendo desfrutar da Graça de Cristo e conhecer as Suas melhores vontades para as nossas vidas, insistem em buscar nos modelos medíocres o seu ideal de ser. 



No mais das vezes falam muito. Fazem pouco. São eunucos espirituais. E como eunucos, pouco impressionam o mundo, não fazem a menor diferença "na hora do vamos ver", da aflição alheia.

Como eunucos,
não semeiam e não criam. Portanto, não transformam. Não salgam.

Nossos crentes vão a cultos antropocêntricos e aceitam um evangelho que diz que agora eles são os escolhidos pelo dono do ouro e da prata e a sua vida será melhor, pois eles são melhores do que todos. 

Nossos crentes acharam o santo graal da prosperidade e aceitam estas boas-novas e nela semeiam e não percebem, que assim fazendo, a sua alma é vendida ao diabo e paga com o seu próprio dinheiro. 

Nossos crentes entregam a sua vida a um Gizuz, segundo a letra da canção do Regis Danese, ou da Damares e depois ficam a espera de um próximo sucesso que lhes diga o que fazer com tanto "puder". 

Nossos crentes são “edificados” e tem suas vidas “restauradas” na regência de uma figura carismática e passam a segui-la em gratidão, absorvem doutrinas pífias e jamais conferem a Palavra, pelo amor ao seu líder e para não estarem em rebeldia.

Nossos crentes se preocupam mais com a perdição do mundo do que com a mudança do mundo. Esqueceram que é o Amor e a Palavra que mudam o mundo, pois mudam as pessoas e não uma bancada evangélica  beligerante (e dada a safadeza), marchas, cruzadas e causas a se combater ou defender.

Os cristãos viveram durante o primeiro século em uma das mais opressoras sociedades, onde ser cristão dava cana, dava morte. A pornografia grassava nos muros das cidades, os bacanais eram feitos com as portas abertas às vistas de crianças. O homossexualismo era mais aceitável do que o cristianismo e, veja a grandeza da operação do Espírito de Deus naquela geração.

Nossos crentes imitam,
em tudo, seus líderes, na doutrina, nas roupas, no timbre de voz, no gestual e em tudo o mais, mas não conseguem imitar a Cristo em absolutamente nada.

Nossos crentes tem na cultura de sua denominação a sua regra de fé e conduta, mas apenas aos domingos, pois segunda-feira é dia de branco e é cada um por si e eu na frente pois não nasci para cauda. 

Nossos crentes esperam de Deus a fidelidade a seus planos pessoais e acham que crente que tem promessa não morre. Promessas de quem?

Será que aguentam ouvir que fiel ao homem é o cachorro. Deus é fiel aos Seus firmes santos e perfeitos propósitos?

E por não entenderem o sacrífico pago por suas vidas, seguem eles próprios fazendo pequenas expiações em rosas ungidas, carnês de contribuição e fogueiras santas. 

E por não entenderem a Palavra e Majestade de quem os comprou do cativeiro, seguem presos e cegos e respondendo aos sinistros da vida com mais uma seção de libertação, mais um ato profético de fé, vivendo na dependência do encorajamento de mais um auto-louvor e da idoneidade moral de seu macumbeiro gospel favorito.

E que Deus permita que jamais se saiba de qualquer desvio de conduta deste santo profeta, pois ai será o fim. 

Nossos crentes fazem de tudo, menos entender a Palavra. Como podem vive-la? 

Tudo isto me faz querer parar.

Nesta minha vida de blogueiro apologeta eu vejo pesadelos todos os dias. Pastores simulando milagres, emoções, vendendo promessas que Deus nunca fez. Organizações criminosas disfarçadas de igrejas, ameaças de morte, batalhas sangrentas. E vejo “crentes” comuns que não tem qualquer ética,
empresários cristãos que não pagam as suas contas e por ai vai. 

Claro que vejo o bom. Me relaciono, brigo junto.

Os pastores bons e honrados são a esmagadora maioria.

Então, até quando vamos permitir que a condescendência da maioria  permita que a maldade da exceção faça  a  regra que já NÃO nos diz: mais generosos, sábios, amigos, misericordiosos, humildes, prestimosos, honestos... 


Esta menção histórica que ouvi em uma igreja que estou visitando ajuda a explicar meu sentimento atual: 

Consta que Alexandre, o Grande. O monarca grego que conquistou praticamente todo o mundo conhecido na antiguidade, o maior soldado que o mundo já conheceu, fundador de cidades  e muito mais... 

Pois bem, em um final de dia, no descanso de uma batalha sangrenta, seus generais levavam questões importantes para a sua decisão. Uma destas questões dizia respeito a um rapaz que havia desertado da batalha.

Como todos sabem, até hoje, em tempos de guerra, muitos exércitos aplicam uma única pena para esta ofensa: morte. Entretanto, por razões que veremos a seguir, a causa é levada ao Grande Alexandre, que pergunta ao rapaz:

- É verdade o que dizem ao seu respeito... Fugiste da batalha? 
 - Sim meu senhor. Foi a minha primeira batalha e nunca vi tanto horror. Tive medo. 

Alexandre se compadeceu ao ver o rosto quase infantil do rapaz e reconhecendo o horror da batalha daquele dia disse: 

- Foi mesmo uma grande peleja. Vou lhe perdoar esta única vez. 

O rapaz se alivia e cai de joelhos diante do monarca. 

- Soldado, qual é o seu nome? 
- Em me chamo Alexandre, general. 

Alexandre leva um susto. Olha para o garoto de cima a baixo e decreta: 

- Ou você se faz um bravo, ou troca de nome. 


Cristão é o nome que se dá a quem serve ao Rei dos Reis.  É aquele que regenerado, recebe as boas-novas, entrega sua vida ao serviço do Senhor e  busca a santidade e o auxílio ao próximo.   Cristão é o nome que se dá a quem imita a Cristo.

Danilo Fernandes

Genizah
voltar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...