“Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”. (Martinho Lutero)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Chutando a Santa: Quinze anos depois.

Como explicar a um católico a imagem acima?


Em 12 de outubro de 1995, dia em que se comemora o feriado católico de Nossa Senhora de Aparecida, transmitiram pela TV, em rede nacional, um pastor da Igreja Universal chutando uma imensa imagem de gesso, tida por católicos como sagrada. Tal transmissão desencadeou uma campanha anti-evangélica pela Igreja Católica, além de ser uma grande chance para uma emissora concorrente começar uma série de ataques a tal IURD, que crescia rapidamente e, em breve, adquiririam uma grande emissora de TV.

Muitos crentes foram ainda mais hostilizados por todo território nacional, e nada podiam responder sobre o ato insensato daquele pastor: Para um protestante, o homem só havia chutado uma enorme imagem de gesso, e jamais tocado na santidade da mãe de Jesus, que na Glória vive com Ele, não podendo habitar naquele objeto.

É pecado adorar qualquer coisa que não Deus, mas a obsessão por demonstrações de “fé autêntica” ( talvez na ânsia de conseguir novos adeptos) gerou grande antipatia contra os crentes, além de fortalecer o esteriótipo do “cristão fundamentalista”, o “quebra-santo”, o “chato-radical”.

Os crentes estão certos: Idolatria é um pecado. O que importa não são os homens ofendidos com as imagens destruídas, mas o que Deus pensa sobre o assunto: isso contribui com o desvio do homem no Caminho que o leva ao Mestre. Mesmo assim, isso nos dá o direito de agredir o objeto adorado? Isso não pareceria uma tentativa de ofensa pessoal, já que os objetos – ditos – sagrados não tem peso algum para um cristão protestante? É como o ateu que xinga um deus que não existe para ele.

Hoje, quinze anos passados, a realidade é outra: existem tantos evangélicos não praticantes (ou nominais) como eram os católicos não praticantes (como eu fui, por exemplo).

Os idólatras inundam os templos evangélicos, não com imagens de santos, mas com tranqueiras judaizantes, tralha gospel e com semideuses deste universozinho chamado “gospel”, as "celebridades de Jesus".

Aos poucos, deixamos o radicalismo da necessidade do uso de saias e cabelos incortáveis, e tornamo-nos mais brandos. Em compensação, precisamos de deuses ungidos que nos levem a catarses, homens com a unção que nos faça sentir, ao invés de compreender a Palavra.

Só quem enfrenta essa realidade idólatra sabe o quanto se é amaldiçoado: questionar a atitude tresloucada de certas lideranças evangélicas, cheias de esquisitices, misticismos, egocentrismos, distorções com propósitos pessoais  (o que chamam de “visão”), não faz com que sejamos ouvidos, antes, que esses novos crentes nos lancem maldições e salamaleques dignos da Cuca do sítio do Pica-pau Amarelo, verdadeiras profecias baalistas.

Seus seguidores, gente que recebe a Cristo, mas abdica da liberdade de pensar, alienando-se da bíblia, defendendo essas celebridades como um time, partido político ou... um verdadeiro ídolo.

Lá, do altar onde foram colocados, ditam suas profecias, cantam suas pregações, explicam sua compreensão pessoal, sem serem questionados.

Apóstolos, bispos, cantores, pastores, pregadores, todos feitos objetos de idolatria pela mesma indústria que faz ídolos no lugar onde os adoradores abominam: o meio ímpio, pagão, secular.

Nesse mês, onde católicos se ajoelharão pelas ruas da cidade de Aparecida do Norte, pagando suas promessas, lembre-se de que, se você possue ídolos que dependem de sua defesa e ofertas, você não tem nada para ensinar. É apenas um adorador de ídolos tentando repreender outro.

Zé Luis faz parte dos articulistas do Genizah
 
 

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