“Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”. (Martinho Lutero)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Da boca de pequenos...



Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo." 1 Pe 1:16


Já que estou numa veia meio, digamos... saudosista, lembrando-me de algumas coisinhas da vida (coisa de velho, dirão alguns!), vamos lá: Há alguns anos, tinha eu chegado da universidade onde lecionava e a minha filha mais nova, Raquel, nos seus 8, 9 anos, esperava por mim à porta com mais uma das suas questões político-teológico-existenciais: "Rubinho (só nos chamaram, ela e a irmã, Rebeca, de pai e de mãe algum tempo mais tarde!), o que significa Ser Santo?".

Com a experiência de uns bons anos de escola dominical (que o mesmo irmão, piadista de quem já falei, vivia dizendo ser "aquela escola onde a gente nunca se forma") respondi-lhe de pronto: Ser santo é ser-se separado. Separado para um uso exclusivo, para um propósito".

Como toda criança que não fica numa resposta só, acrescentou de pronto: "Mas, se é isso, porque Deus diz que Ele é santo? Quem é que o separou? E foi separado do quê?".

Assentando-me ao seu lado, comecei a explicar-lhe que ser santo, significa ser exclusivo, ser único, imaculado, diferenciado de tudo aquilo que conhecemos de comum, não estar sujeito às mesmas fraquezas e às coisas corriqueiras da vida, ou ser como os ídolos que o povo fabrica. Significa também ser consagrado.

Expliquei-lhe então que, assim como Deus é único, assim devemos nós, viver de maneira distinta dessas coisas que o mundo chama de "normal" - o correr para si, o acumular riquezas aqui e nos batermos por elas, o explorar, passar por cima uns dos outros, a enganar, a levar vantagem à custa do semelhante... falei-lhe dos princípios, da ética de quem, andando com Deus e conhecendo-O tem o dever de manifestar nos seus atos e maneira de estar.

Ai, ela, agigantou-se e declarou algo que podia ter dito em cima de uma cadeira, mesa, ou mesmo de um púlpito, com a autoridade de uma profeta a bradar: "Assim diz o Senhor!"... disse a menina: "Então, o contrário de ser santo é ser ordinário, né?".

Bastou. E não foi preciso dizer mais nada.
Nem hoje.
 
Rubinho Pirola
Genizah

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